terça-feira, 11 de novembro de 2008

Há oito anos atrás...

Fez há poucos dias, oito anos que passei em Londres cinco fantásticos dias... recordo-me de tudo como se fosse hoje.De quando sai de Lisboa e como as pernas tremiam que nem varas verdes antes de entrar no avião...lolol (só de me lembrar, hoje parto o coco a rir...) de como fiquei com o estômago colado ás costas quando o avião levantou voo... (Nervosa? Quem Eu? De modo nenhum...) Recordo-me da emoção quando ele chegou a Heathrow, ai senti que o pior já tinha passado. Agora era altura de absorver tudo e tudo e tudo o que pudesse... a minha primeira visão foi a dos corvos, fiquei apaixonada pelos corvos... Todas as dores nas pernas, cada bolha nos pés significa hoje uma história, um momento, um quilómetro percorrido e muita, muita cultura vivida ao extremo. Atravessar a Tower Bridge à noite foi um momento único. No dia a seguir começamos a nossa aventura verdadeiramente. Em primeiro lugar, choveu durante quase todo o dia e eu que detesto chuva, aquela não me incomodou, não me pôs doente, antes parecia abençoada. O primeiro momento do dia era o pequeno almoço na pousada, tratava-se de uma autêntica ração de combate, 2 minúsculos pãezinhos, doce (uhgg), talvez queijo, acho que cereais e leite e sumo de laranja!! (Tu bebeste sumo de laranja, dizia a minha mãe? Eu que não bebo nada dessas coisas nem como doces, portanto imaginem lá a fomeca que eu não tinha de manhã) Os belos dos almoços eram latinhas de atum ou sardinhas, queijo com pão, bolachas, leite, sumos (enfim ninguém era muito abonada de dinheiro e então...mas atenção, ninguém passou fome, pelo contrário sobrou-nos comida) Nesse 1º dia, atravessamos de novo a Tower Bridge, vimos o Big Ben, o Tamisa e UOHHH, eu tive um baque quando cheguei a Avenida dos Ministérios... comentei com alguém o seguinte : “Sabes James tenho a sensação de que já aqui estive antes.” e a resposta foi “É natural minha querida, quem sabe se numa das tuas vidas passadas não viveste aqui?” Não articulei uma palavra, simplesmente deixei o meu coração observar e guardar a beleza e imponência de um local que tanta gente acha horrível. A piada do dia: Fomos ver a Guarda da Rainha. Acho que é normal que as pessoas gostem de ver os cavalos e que queiram tirar as fotos ao pé deles, pois foi precisamente isso que aconteceu. Coloquei-me em posição e tive o azar de “tocar” no cavalo... (pronto, já sei que sou como os Espanhóis!) e sua majestade do alto da sua carapaça (o guarda) solta-me um berro abafado “Do not touch the horse” e eu perguntei-me (como é que ele conseguiu ver com aquele chapéu a tapar-lhe os olhos??) Nesses dias que lá estive vimos um pouco de tudo, o Museu Madame Tussaud, Museu de História Natural (aquilo é que foi andar...), o Museu de William Shakespeare, a Igreja de Saint Paul e talvez mais alguns monumentos que não me lembro agora. Estivemos no Hard Rock Café e no mercado de Camden Town, em St. James’s Park (onde fiz uma tatuagem com tinta da china no pescoço e comi o pior cachorro quente da minha vida) no Regent’s Park, Picadilly Circus e em todos aqueles sítios onde se vai quando estamos pela 1ª vez em Londres. Fomos ver os musicais, (a nossa verdadeira razão da viagem era essa!!) o Fantasma da Ópera e o Cats e um outro que eu detestei tanto que nem do nome me lembro (fazia lembrar os Power Rangers em patins,que mal empregue dinheiro!!) Desde que vi o Fantasma as musicas “All I Ask Of You”, “The Music of the Night”, “Think Of Me” e “The Phantom of the Opera” fazem parte de muitos momentos da minha vida. Desta viagem a Londres guardo muita coisa, os cheiros ( DKNY for women), a imagem de um pedinte português a destratar-nos porque não lhe demos esmola para a droga, a imagem de um outro pedinte a quem entregamos o que restou da nossa comida e a forma como ele a “atacou”. Não me esqueço que na pousada onde ficamos, uma chinesa que tomava banho DUAS vezes enquanto eu ficava meia - hora à seca pela minha vez de tomar banho. A fuga de um dos rapazes para a camarata das meninas e a conversa sobre espíritos que nos tirou o sono naquela noite. Os esquilos vermelhos a quem demos de comida, a claustrofobia do “underground” e “Mind the gap” gritado aos ouvidos. A sensação óptima de comer Pita Shoarma de carne de cordeiro, a sensação de calma e de paz após assistir a uma celebração Budista. A sensação de aperto no peito quando chegou a hora de deixar Londres para trás e voltar á realidade. Ainda hoje guardo religiosamente o meu bilhete de volta (11-09-00) e 1 pence na minha carteira assim como os olhos dos Jellicle Cats guardam as chaves da minha casa e os Leões da Rainha protegem as chaves do meu carro. Trouxe ainda um blusão de “cabedal” que fez um sucesso e uns brincos comprados na Claire's (na altura nem se sabia o que era essa loja em Portugal) e claro o chá Earl Grey. O engraçado desta viagem é que eu que tirei dois rolos de fotos e fiquei apenas com duas, da noite em que chegámos... No entanto bem guardado está no meu coração as imagens que nenhuma máquina fotográfica consegue captar. Sem dúvida que Londres tornou-se a minha cidade inspiração.Em breve como já referi no anterior post vou lá voltar, nem que seja para gastar as libras que eu trouxe de volta para Portugal...

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